Amazônia – Rios Sucunduri e Acarí (nov/2015)

Fala pessoal! Após meses de espera, o tão esperado dia chegou. Como a pescaria do ano anterior foi um sucesso, o destino amazônico para escolhido para 2015 mais uma vez foi com a operação VILANOVA AMAZON do amigo Victor.

No dia 06/11, embarcamos, eu e meu irmão Pedro, com destino à Manaus-AM e por lá, pernoite no excelente e gigantesco Hotel Tropical. Na manhã seguinte, van para o aeroporto, onde dois aviões Caravan aguardavam a turma para o vôo fretado com destino à pacata cidade de Nova Olinda do Norte-AM, às margens do Rio Madeira.

De lá embarcamos no barco-hotel Angler Boat que atravessaria a reserva do Rio Canumã e navegaria o dia e a noite inteira até o Rio Sucunduri, conhecido pela alta produtividade de suas pescarias, com abundância de peixes e formado por inúmeras praias, ressacas, lagos, pedrais e igarapés, locais propícios para  pesca com iscas artificiais.

Especificamente na região sul do Amazonas, nos afluentes do Rio Madeira, como no Sucunduri, a principal espécie é o tucunaré-pinima (ciclha pinima), conhecido por sua valentia e beleza, podendo ser fisgado com mais de 7 kg.

Devido à grande seca desta temporada, o rio encontrava-se em um nível muito baixo para a época. O ponto positivo é a maior facilidade em encontrar os peixes, porém muitos dos bons pesqueiros estavam praticamente sem água.

Chegando em Nova Olinda do Norte-AM. Constatação de rios muito secos:Avião Caravan fretado para o trecho Manaus – Nova Olinda do Norte.

Barco-Hotel Angler Boat Vilanova Amazon:

Camarote duplo climatizado com banheiro privativo e refeitório climatizado:Durante a viagem, muita expectativa! O jeito foi, do deck do barco, relaxar e curtir a navegação, junto com aperitivos e uma cerveja gelada, arrumar as tralhas, tirar algumas fotos da paisagem e se preparar para o começo da pescaria.

Primeiro dia de pesca:

Antes do sol nascer estávamos tomando café e partindo para o começo da aventura. O local escolhido pelo guia Agnaldo foi a região do gigantesco Lago do Tucumã, que estava muito baixo.

Nos primeiros arremessos já tínhamos alguns tucunarés na linha, porém menores, como estes:

Reparei que em locais mais rasos, como nas margens, a ação era constante, porém os cardumes eram de tucunarés pequenos. Mudei de estratégia e comecei a arremessar no meio do lago em busca de um tucunaré maior, deu certo! Porrada na superfície, cantadas de linha e o primeiro peixe bom da pescaria:

Antônio, que estava pescando próximo à nós, tomou uma pancada que escutamos de longe, chegamos para conferir, briga de gente grande!

Belo tucunaré, os grandes começaram a aparecer!Pausa para o almoço e pequeno descanso:

Tempo fechando, logo no primeiro dia muita chuva na Amazônia:

Na parte da tarde pescamos em ressacas com margens mais fundas e com um nível mais estável. Muitos tucunarés capturados:

Pedro e um belo tucunaré-paca:

Dublês eram frequentes:

Capturei um grande tucunaré na superfície e avistei outro embaixo, Pedro jogou atrás e engatou, era um dublê de peixes grandes, o meu acabou escapando após brigar muito, mas meu irmão embarcou o dele, belíssimo exemplar:

Continuamos a pescaria e após alguns peixes menores, mais uma pancada e peixe grande na linha, pra finalizar esse primeiro dia de pesca mais um troféu do rio Sucunduri:

Mesmo com o rio muito seco, paramos no poço em busca da pirarara, enquanto meu irmão aguardava, eu desci do barco e fui tentar alguns tucunarés:

Voltei pro barco e pouco tempo depois o alarme da carretilha do meu irmão dispara, fisgada certeira, peixe de couro na linha:

Era uma bonita pirarara, para fechar bem demais o primeiro dia de pesca:De volta para o barco-hotel e ainda fomos presenteados por Deus com esse belo show da natureza:

Segundo dia de pesca:

Navegamos muito até a região do Igarapé Capinarana, local conhecido por abrigar grandes e briguentos exemplares de tucunaré, em sua maioria na fase paca.

Pelo caminho, algumas fotos do visual:

Começamos a pescaria dentro do Igarapé Capinarana, molongozal com passagem estreita de água corrente, deixando os tucunarés ainda mais briguentos.Guia Agnaldo:

Acreditem, no primeiro arremesso do dia meu irmão recebe uma pancada grande e o peixe acaba escapando, mais para frente alguns tucunarés começaram a aparecer. Peixes menores, a partir deste dia, praticamente não fotografamos:

Destaque para esse belo tucunaré-paca que nos fez parecer ser um peixe muito maior pelas tomadas de linha em meio à água corrente:

Exploramos também, os pontos com bicos de ilhas e praias:

Uma curiosade no Rio Sucunduri é a diferença da cor da água em diferentes pontos, alguns tem a água clara em tom de marrom, outros pontos tem a água amarela, azul ou verde, e em alguns locais, como na região do Capinarana, água muito escura. Ali tivemos maior número de ações, com peixes explodindo nas iscas nas partes mais fundas das praias.

Em um raseiro que unia praia à troncos, passava a minha isca (Imakatsu Trairão) e quando menos espero uma porrada daquelas de peixe gigante, metros e metros de linha descarregados da carretilha e uma briga intensa até o momento de colocar o tucunaré dentro do barco. Meu recorde pessoal de tucunaré-paca:

Peixe liberado e contiuamos a pescaria, em uma parte funda de uma ilha acerto o arremesso praticamente embaixo da árvore, uma, duas trabalhadas na isca e um peixe joga a isca longe, continuo e outro ataque, dessa vez entrou, um gigante que brigou mais que o anterior, e em uma tomada de linha acabou escapando, faz parte!

Parada para o almoço em uma grande praia, que demonstrava claramente o nível baixo das águas:

Pedro aproveitando para ligar pra casa e dar notícias, através do telefone via satélite:

Essa praia estava chamativa demais para ficar na rede descansando, claro que dei alguns arremessos:

Na parte da tarde pescamos em ressacas próximas ao leito do rio:

Tivemos muita ação de peixes menores que estavam encardumados, como esse:Porém os grandes não estavam dando as caras. Coloquei uma isca de hélice e com muita insistência fui premiado com uma pancada daquelas, um lindo tucunaré:E assim encerramos mais um grande dia:Terceiro dia de pesca:

Subimos até o Acarí, rio estreito, porém com ótimos pontos de pesca:

Contabilizamos, até as 9:30 da manhã, 48 tucunarés embarcados, em sua grande maioria pequenos, onde apenas um de bom porte apareceu em meio aos cardumes, um tucunaré claro com tons de paca e nadadeiras alaranjadas, coloração única:E deste porte foram vários:Conforme a temperatura foi aumentando, as ações foram diminuindo, porém, na entrada de uma ressaca, avistei um peixe grande atacando na superfície, arremessei e engatei um dos grandes, que acabou escapando na tomada de linha. Logo depois, já quase na hora do almoço, um rebojo gigante e a isca do meu irmão é sugada de maneira monstruosa e um peixe alucinado saiu em disparada, foram minutos tensos e intermináveis, mas com um final muito feliz. Mesmo com dois anzóis da garatéia 6x inteiramente abertos, quando é para ser, será! O gigantesco tucunaré saiu para foto.

16 lbs (mais de 7kg), e 80 cm de comprimento:

Parada para o almoço com parte da turma, bom demais:Na parte da tarde, mesmo que menos, tivemos boas ações porém de peixes pequenos e médios. Encerramos o terceiro dia com um gigante troféu do Rio Acari.

Quarto dia de pesca:

Decidimos voltar para o Rio Acari e começar o penúltimo dia pescando em pontos formados por pedrais no leito do rio:E por ali, além dos menores aos montes, fisgamos três grandes tucunarés, onde dois arrebentaram nossas linhas ao passar nas pedras, era inevitável! Pedro ainda conseguiu embarcar um deles, lindo exemplar:

Começou então uma chuva muito forte e paramos alguns metros a frente do pedral onde segundo o guia Agnaldo também era ponto de peixe de couro. Cantada forte do alarme da carretilha do meu irmão e briga intensa, porém a pirarara passou com a linha nas pedras e acabou cortando a linha, já praticamente embaixo do barco.

Na espera de mais uma puxada nas pirararas, levantei e começei a arremessar uma Jumpin Minnow no pedral onde havíamos perdido os grandes tucunarés, no primeiro arremesso peixe na linha que acabou escapando, no arremesso seguinte para minha surpresa mais uma pancada e capturei meu primeiro belo exemplar do dia:

Na parte da tarde a escolha de nosso guia foram as belas praias no leito do Rio Sucunduri:

Por ali optamos por iscas de superfície chamativas como grandes zaras e hélice, pois normalmente nas praias habitam grandes tucunarés. Comecei com a hélice e com insistência fui premiado com um belo ataque e tomadas de linha intermináveis, grande tucunaré-paca:

Porém meu irmão, utilizando sua isca preferida, uma Zig Zara, até então teve bem mais ataques do que eu com a hélice. Optei por trocar por uma Imakatsu Trairão e após alguns peixes menores mais um grande bocudo embarcado!

A chuva vinha com raios e assim encerramos nosso penúltimo dia:Na volta avistamos um garoto ribeirinho de 8 anos, utilizando uma canoa de madeira, remo e uma lança, pescando sozinho, ele nos deu um sinal e paramos. Demos a ele um refrigerante e um sanduíche e em troca eles nos deu sua história de vida, tocante, valeu a pena!Meu irmão não tira muitas fotos com peixes, mas fez questão de sair para foto com o garoto.

Quinto dia de pesca:

Infelizmente tudo que é bom dura pouco, e em um piscar de olhos chegamos ao último dia de pesca. Comigo o último dia costuma reservar grandes surpresas, então dou meu máximo para que isso aconteça, mesmo que o corpo e a mente estejam exaustos de uma maratona de pesca amazônica.

Saímos bem cedinho com a estratégia de tentar alguns lagos que ainda estavam em boas condições de nível. A maioria deles estavam inacessíveis, porém com a disposição do guia Agnaldo era possível:

Nesse primeiro lago do dia, encontramos o nível baixíssimo:

Mas ele ainda era uma passagem para um segundo lago:

Ufa! Enfim, chegamos:Costumo dizer que os lagos da Amazônia são uma loteria, muitas vezes é um sacrifício para acessá-lo, mas isso não significa que o sucesso é garantido.

Todo esforço valeu a pena, antes das 7h da manhã, trabalhando uma isca Jumpin Minnow como stick, recebo uma explosão de um gigante, muita adrenalina até o momento que o troféu, de coloração amarelo ouro é embarcado! Esse mereceu várias fotos:

Como citei anteriormente, lago é questão de sorte, achamos esse grande troféu, mas ficou nisso, poucas ações nesse lago, saímos e buscamos o próximo.

Jacarés e aves sempre presentes nas redondezas dos lagos:

Até uma iguana deu o ar de sua graça!Entrando em outro lago:

Quanto mais adentro, mais estreito ficava:

Aí veio a surpresa, a água desse lago tinha cor azul única, algo que nunca vi igual. Fascinante!Ali tivemos boas ações de cardumes de pequenos tucunarés, e o único peixe bom capturado nesse lago tinha uma curiosa falha na nadadeira dorsal:Conforme as horas passavam, a temperatura aumentava e a água rasa dos lagos esquentava muito, diminuindo a atividade dos peixes. Na pausa para o almoço um garoto de apenas 6 anos idade nos impressionou pescando sozinho para ajudar a sustentar a família, realidade constante nas comunidades ribeirinhas dos rios amazônicos:Pedro gostou do garoto e até subiu em sua canoa:

O gigantesco jacaré-açu:Terminamos essa expedição pescando em uma praia, onde iniciei com a hélice:

Quando eu menos esperava, um gigante rebojou formando uma grande onda atrás de minha isca, mesmo com muita insistência ele não voltou. Pouco depois, utilizando uma zara, outro ataque espetacular, dessa vez o peixe entrou, um maravilhoso tucunaré-pinima, para fechar a pescaria com chave de ouro, e cor de ouro!

Concluimos que apesar do nível muito baixo das águas, fizemos uma grande pescaria, com grandes tucunarés todos os dias, e o melhor, na superfície! Os maiores peixes variaram de 11 a 16 lbs e com fartura de peixes de até 8 lbs.

De alma lavada, retornando para o Barco-hotel Vilanova Amazon – Angler Boat:Barco de apoio para tripulação e guias, o Fly Boat e o majestoso Angler Boat:Iniciando a viagem de volta e encerrando essa expedição com esse lindo pôr-do-sol:Equipamentos:

Utilizei 90% da pescaria, um conjunto formado pela magnífica vara Redai Black Mamba Dark Edition 25 lb 5’10, muito leve e rápida, perfeita para os tucunarés amazônicos.Carretilha Venator SE. Surpreendente, arremessou demais a pescaria inteira, além de muito leve. Com linha Seaguar Smack Down 50 lb, muito macia e resistente.

Conjuntos utilizados por mim e meu irmão:

Varas: Redai Black Mamba 5’8 17lb, 20lb, 25lb, 25lb PS e Taipan 5’8 de 25 lb.

Carretilhas: Venator e Venator SE, Shimano Curado 51E e 201E e Scorpion 1501 XT.

Linhas: Seaguar Smack Down, Sufix 832, Daiwa Samurai e Vexter X8, ambas de 50 a 60lb com leader de fluorcarbono, Blue Label, 0,62mm.

Iscas:

Imakatsu Trairão (branca)

Rebel Jumpin Minnow T20 (osso)

Lucky Moldes Zig Zara 110 (osso e escamada-limão)

River2Sea Rover 128 (branca)

Yara Devassa 140 (Coral e Firetiger)

*Devido ao rio seco e águas rasas, as iscas de superfície acima foram muito produtivas. e para cobrir ataques não concretizados as mais eficientes foram:

Lucky Moldes Curisco 110 (osso e pérola)

Jigs de bucktail (Amarelo c/ vermelho das marcas Fatal, Extreme ou Falcon)

Gostaria de agradecer, primeiramente à Deus por mais essa oportunidade de desfrutar de sua fascinante natureza, também a turma de amigos que fiz a bordo dessa semana de pesca e a toda equipe Vilanova Amazon, como o guia Agnaldo, o gerente Juliano, cozinheiras, funcionários e principalmente ao grande amigo Victor Vilanova por essa belíssima operação de pesca.Espero sempre poder continuar retornando à essa Amazônia maravilhosa que nos proporciona momentos inesquecíveis, que venha a próxima temporada!

Muito obrigado a todos e até a próxima História de Pescador!

Compartilhe essa História

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Fale com o João!