Expedição Pesqueiro Córrego das Antas (Outubro/2013)

Fala pessoal, olhando essa foto dá para perceber que a pescaria foi de gente grande, um dublê de gigantes, ambos com cerca de 35kg, um Tambacu e uma Pirarara, fisgados pelos parceiros Guily e Nelson. Saí na foto justamente para mostrar o potencial desse pesqueiro, e porque quando a pescaria é entre amigos trabalhando em equipe, não importa quem fisgou, a emoção da captura é coletiva, comemorada entre todos.

Recebi o convite dos parceiros Guily e Ademir, pescadores que me ensinaram muito na pesca de pesqueiro, e que graças a eles, tive a oportunidade de conhecer esse lugar que é a morada de gigantes, o Pesqueiro Córrego das Antas.

Vendo as fotos deles de pescarias passadas no local, me animei e prontamente topei a parada. Saímos na quinta, eu, meu irmão e o Guily para pescarmos até domingo. O restante da turma chegou na sexta a noite.

O Pesqueiro Córrego das Antas fica na cidade de Glicério-SP, cerca de 320km de Londrina-PR, fizemos uma viagem tranquila e chegamos por volta das 16h no local.

O local é bem rústico, o lago principal é enorme e tem um aspecto natural muito bonito, rodeado de árvores e vegetação nas margens:

Na margem direita, é onde chamam de ”Aterro”, lugar famoso por sair com frequência muitas pirararas:

Ponto que ficamos, na foto reparem no carro estacionado e o telhado onde deixamos as tralhas, bolsas, malas etc, mais tarde a turma arumou as barracas e rede bem ali pertinho das varas.

Chegando no local já presenciei um fato interessante, uma das iscas mais utilizadas para os grandes Tambacus, Tambaquis e Pirararas é o pintinho, isso mesmo o pintinho, logicamente morto, explicação: Uma granja local diariamente recolhe os milhares de pintinhos machos que são mortos, e eles são enviados em galões e mais galões em um caminhão para o pesqueiro, sendo assim, o pintinho é, junto com a ração de peixe comum, um dos principais alimentos dos peixes, que são tratados em tanques menores de psicultura até atingirem determinado tamanho para depois serem soltos no lago de pesca esportiva. Então os peixes grandes do lago principal já são acostumados a se alimentar com pintinho desde quando eram bem menores tratados nos tanques de engorda.

Outra prática interessante é que o pessoal do lago pesca os tambas utilizando cevas de pintinho e ração, que são despejadas bem no meio do lago, utilizando bote inflável ou até barco de alumínio com motor elétrico. Cada turma faz a sua ceva, e pesca apenas nela, nessa prática, a pescaria consiste em pescar com bóia torpedo e miçanga, arremessando bem em cima da ceva, pode-se também utilizar outras iscas como ração na pinga, cabeça de pintinho entre outras.

Olha as turmas todas fazendo a ceva de tambas:

Aí o Guily e seu bote inflável, o cara é incansável, remou diversas vezes até o meio do lago para cevar, muito persistente atrás dos peixes, mal dormiu em quatro dias, mas foi muito, mas muito bem  recompensado, vocês verão!

Sobre as acomodações, eu e meu irmão resolvemos ficar em um apartamento com ar e banheiro privado que não é na beira do lago, já o Guily e o resto da turma optou por acampar na beira do lago, próximo aos Iglus, que são ”tocas” de tijolo construídas na margem, nelas há churrasqueira e não há banheiro privado. Dessa maneira não se perde o ponto pois as varas ficam armadas 24h. Há também na beira do lago, os chalés com cama e ar condicionado e churrasqueira, mas o banheiro também é comunitário.

Ajeitamos as tralhas, enchemos o bote inflável do Guily e fomos atrás das iscas, para as pirararas compramos um balde de pintinho e para a ceva dos tambas compramos sacos de ração de peixe, como isca usaríamos miçangas que imitam a ração.

Antes de eu dar meus primeiros arremessos, ainda nem tinha terminado de arrumar as coisas, meu irmão já deixou um equipamento armado com dois pintinhos iscados bem próximo à margem e o Guily já tinha feito uma ceva para começarmos a pescar. Não deu nem 15min de espera e o alarme da carretilha do Pedro já cantou forte, fisgada certeira e começa um grande briga com intensa tomada de linha, já de cara sabíamos que se tratava de uma pirarara. Com calma entrei na água para tirar o peixe, abraçei a monstra e a alegria tomou conta de nós, eu nem começei a pescar e meu irmão com a primeira vara armada já engata um pirarara com mais de 30kg:

Eu também quis sair na foto:

O Guilherme que estava com sua vara arremesada na ceva de tambas, fisgou o primeiro redondo da pescaria, enquanto aguardávamos ele tirar o peixe para registrarmos o dublê, meu irmão aguardou com sua pirarara na água, e mais fotos:

Quando o peixe do Guily resolveu aparecer, veio a surpresa, se tratava de um legítimo Tambaqui, o verdão amazônico.

Um belíssimo dublê para começar a pescaria:

Meu irmão fisgou alguns pacus, e o Guily já começou a acertar os tambacus:

Durante o final da tarde, perdi três ou quatro fisgadas, precipitadas e sem sucesso talvez pelo anseio de já fisgar um peixe grande. Já na boca da noite, o Guily fez a última ceva, e para visualizar a bóia no meio do lago naquela escuridão, prendemos um pino de luminoso ”starlight” nela, muito boa essa dica, pescando e aprendendo.

Como eu já não enxergava a bóia, vi o starlight sumir, isso é, bóia afundou, após perder várias fisgadas, dessa vez não me afobei e fisguei corretamente, começou aí uma briga intensa.

Mesmo sendo minha primeira viagem à um pesqueiro, eu pesco tambacus em minha cidade a muitos anos, mas nunca tinha sentido um peso e uma força como a daquele peixe, pra mim era algo descomunal. Foram quarenta minutos de tomadas de linha absurdas e já se passavam das 20:30h quando o peixe finalmente se entregou, era um gigantesco tambacu, de um porte que eu pessoalmente nunca tinha visto igual.

Pesamos na balança digital, o monstro bateu exatos 30kg, tiramos várias fotos, vou postar todas:

Se tratava de um dos peixes mais pesados que eu já peguei na vida, olha a cara de felicidade:

Um peixe desse porte é impossível tirar foto com ele no colo, como eu de costume faço, o jeito foi fazer força e abraça-lo mesmo:

Com calma, tentei segurá-lo na horizontal e deu tempo de tirar mais duas fotos:

Com meu irmão, que entrou na água para passar o passaguá no peixe:

Faltou a foto com o Guily, a quem devo esse peixe e fez esse sonho se tornar uma realidade.

O peixe estava com fôlego de sobra, só encostar ele na água que já saiu me dando um banho com sua rabada e voltando pra água para dar alegria a outros pescadores.

Como a noite entrou, armamos as varas para pirarara, e a única que saiu pra foto foi pega pelo meu irmão na bóia torpedo, vara de 30lb média-lenta, carretilha de perfil baixo e linha monofilamento 0,37mm, anzol chinú 9. Outro belo exemplar:

AInda deu tempo de pegar alguns tambas e pacus menores, e já cansados, fomos dormir no apartamento, o Guily ficou dormindo na rede para cuidar das varas e do local. No outro dia eu perdi a hora e desci correndo pro lago, meu irmão ficou dormindo.

Chegando lá, o Guily já tinha fisgado e soltado um tambaqui e ainda estava engatado com outro, um dublê com o parceiro Cristian, da equipe de pesca Estiva de MG, que estava com sua turma nos iglus do lago. Pelo jeito eu acordei tarde mesmo.

Enquanto eu dormia, o sol mal tinha nascido e o Guily já fisgou esse belo Tambaqui:

Quando eu cheguei, eles estavam engatado em um dublê de tambacus, quando o alarme da vara de pirarara do Guily disparou, como ele estava com um peixe engatado, eu sai correndo e fisguei, ele deixou a vara na mão do Cristian, que ficou com duas varas com peixe engatado na mão, e foi brigar com sua pirarara, passei a vara pra ele e fui correndo puxar o tamba mas quando cheguei o tamba já tinha escapado, olha a confusão! Era para ser um triplê.

Ainda deu esse belo dublê, Cristian e Guily com um Tambacu e uma pirarara.

Começou a ventar muito e os peixes não subiram mais na ceva, mesmo assim, com muita insistência e arremessos precisos, com miçanga, o Guily fisgou um enorme tamba, que na hora de tirar foto, acreditem ou não, caiu na água e foi embora.

Ele ainda fisgou esse:

E esse peixe, que deu muito trabalho, a pricípio achamos que era um pirarara, pois correu direto para o mato, tivemos de subir no bote inflável para ir atrás do peixe, foram mais de 15 minutos em cima do bote para cansar o peixe e trazê-lo para a margem.

O peixe que pensávamos ser uma pirarara veio à tona, um belo Tambaqui:

Vai um vídeo da briga e do trabalho que esse peixe deu, mesmo saindo do mato e nós saímos do bote, tivemos que embarcar de novo e ir atrás dele mais uma vez, reparem como o bote estava murcho e vazando ar, e ainda entrando muita água. Também é impressionante o que briga o legítimo Tambaqui:

Nesse dia, pelo vento forte, preferi ficar pescando de fundo, acertei muitos peixes, mas nada grande, tambas e pacus de peso entre 6 e 13kg.

Fisguei esse redondo, que tenho certeza que não é um pacu, acho que se trata de uma Patinga ou Pirapitinga, muito diferente:

Aí veio a melhor parte do dia, o grande parceiro Nelson fisgou uma enorme pirarara, e meu irmão entrou na água para tirar, na mesma hora o Guily acertou um monstro de um Tambacu que saiu saltando pra fora d’água feito um louco, percebemos que o peixe tinha sigo fisgado pelo rabo.

Após muita briga o tamba se cansou e percebemos que era um peixe gigante. Os dois peixes foram pesados, ambos na faixa dos 35kg, esses são os peixes da foto principal do relato.

A alegria tomou conta de todos, o Guily se emocionou com o seu recorde pessoal de Tambacu:

Dublê de gigantes, pescadores Guily Alvares e Nelson Ogawa, fico impressionado com a persistência desses dois, do Guily com os Tambas e do Nelson com as Pirararas, não é a toa que ele é chamado de o ”zumbi do aterro”. Eles merecem!

A prova do peso e que foi fisgado pelo rabo:

Está aí um vídeo que fiz da soltura:

A noite chegou e armamos as varas das pirararas, mas antes delas, mesmo de noite, quem apareceu foram os tambas, e este saiu na foto:

E este do Guily:

Os amigos de Minas, da equipe Estiva, nos disseram que no dia anterior fisgaram as pirararas com mussarela, então prontamente fomos no restaurante comprar.

A dica é comprar a peça inteira pois usa-se muito, e cortar quadrados de tamanho compatível com o anzol, iscar com cuidado e passar muito o elastricô, para poder arremessar.

Na primeira corrida de pirarara da noite, fisguei uma monstra de uma pirarara que brigou mais de vinte minutos antes de escapar, com certeza era uma gigante.

Os parceiros de Londrina, Ademir, Maciel, Jair, Junior e Harnold chegaram, e parece que eles nos trouxeram sorte com as pirararas, enquanto eles armavam as barracas e o churrasco, fisgávamos as pirararas

Detalhe que todas as pirararas que eu e meu irmão pegamos, foram com carretilhas de perfil baixo, varas entre 25 e 40lb, linha monofilamento 0,37mm e no fundo com anzol chinú 9 ou maruseigo 26.

Assim a esportividade se tornou muito maior e a briga muito mais demorada e intensa.

Percebemos que as pirararas estavam pegando mais para o meio do lago, então o jeito foi usar o equipamento leve, para arremessar mais longe. 

Essa noite foi espetacular, em três pescadores, eu, meu irmão e o Guily, fisgamos mais de dez pirararas com peso entre 15 e 30kg, eu que ainda não tinha pego nenhuma, fisguei cinco exemplares.

O Guily acerta uma bruta:

A noite foi passando, a madrugada entrando e mais pirarara na ponta da linha:

Essa a menor da noite:

O gran finale foi uma enorme pirarara pega no equipamento leve de tamba, deu muito trabalho, eu e meu irmão brigamos com o peixe, já estávamos cansados.

Vai as várias fotos da bruta:

Já era alta madrugada, muito satisfeitos com a pescaria, fui para o apartamento, tomei um banho e capotei. Meu irmão ficou pescando sozinho e ainda pegou dois tambas.

Como pescamos até as 5h da manhã, eu e meu irmão acordamos apenas por volta do 12h, e segundo os parceiros, o dia estava fraco, muitíssimo vento e os peixes não subiam na ceva.

O Guily com sua persistência de sempre, acertou um belo verdão, um grande Tambaqui:

Ele ainda pegou outros peixes, como esse belo Tambacu:

Nossa amigo, Adalberto, mais conhecido como Junão, acertou esse ”baguá”:

Como estava ventando demais, e era sábado, o pesqueiro estava lotado, resolvi encostar em um canto e pescar apenas com uma vara, fora da ceva, com bóia torpedo e mussarela, dessa maneira passei o dia tendo ações de tambas pequenos e veio a surpresa, engatei um peixe que pensei que fosse um enorme tambacu, pois foi fisgado na bóia e de dia, engano meu, era uma bonita pirarara que veio posar pra foto em plena luz do dia:

Já no fim do dia, nosso amigo Jair foi tomar banho no apartamento, e sua vara que eu estava cuidando cantou o alarme, fazer o que? tivemos o trabalho árduo de tirar o peixe, ô coisa boa! Mais uma enorme pirarara:

O parceiro Guily acertou um tamba, belo dublê:

Opa, o Vini e o Cristian também estavam tirando seus tambas no fim do dia.

Sensacional! Quadruplê de gigantes:

A pesca noturna começou e olha o Guily ai com um belo pintado:

Eu também quis sair na foto com o animal, há tempos não via um pintadão desses:

A noite chega e chegam as pirararas:

Até que o nossa amigo Nelson Ogawa começa a gritar que pegou uma gigante, o Guily vai lá ajudá-lo a tirar o peixe da água. Eles chegam com uma gigantesca pirarara de mais de 40kg. Era tudo o que ele mais queria! Parabéns Nelson, você mereceu!

Eu, logicamente quis segurar a monstra e sair em uma foto:

No domingo, já dia de ir embora, pesquei das 10h as 14h, peguei alguns tambas menores:

e no fundo, fisguei um gigante tambacu que após meu irmão ter passado o passaguá nele, o mesmo se debateu e fez um buraco no passaguá, estourando tudo, lamentei muito perder aquele peixe.

O Guily ainda arriscou bater uma isca artificial, usando plugs de meia-água, equipamento que eu não levei, mesmo usando linha monofilamento, vara lenta e comprida, que é para os tambas, ele fisgou alguns dourados grandes que escaparam mas embarcou este aí:

E ainda pegou uma monstruosa pirarara de mais de 35kg, a única foto que recebi foi essa feita por celular, vou ficar devendo as outras:

Antes de eu ir embora ainda deu tempo de ver o belo dublê dos amigos Jair e Ademir, primeiro a pirarara do Jair:

Ademir ao fundo brigando com seu tamba:

Belo dublê, gigantes!

Olha a turma de Londrina aí! A amizade que fiz com essa galera não tem preço!

Eu e meu irmão pegamos estrada pra Londrina e o resto da turma ficou pescando até a noite.

Olha o que perdi, eles acertaram vários tambas no final da tarde, só peixe grande!

Ademir e Junião, dublê de baguás:

Pessoal, como todos sabem, pescaria não é feita apenas de peixe, o que nós levamos que mais importa, são as amizades novas e os momentos que passamos com a galera, isso é bom demais, vai as fotos da turma, pensa em uma farra que fizemos naquele pesqueiro, pessoal gente boa demais, nunca vou me esquecer dos momentos que passei com essa turma:

Alex e Guily, mais um dublê animal!

Alex acertou muitos tambas e algumas piras, como diz ele: Da hora mano!

Fabinho, parceiro demais, comandava o churrasco, o Córrego das Antas é praticamente a segunda casa dele, aprendi demais com o cara:

Galera da turma Estiva Pesca Esportiva, acertaram muitas pirararas e tambas.

Eliandro pegou muitas pirararas:

Belo dublê de piras, dos parceiros Eliandro e Cleberton:

Ronaldo, o cara ficava lá quietinho no aterro, e quando menos esperavámos estava lá fisgando os peixes, matou a pau nas piras e tambas:

Nelson, Ronaldo, Fabinho e Alex, dublê de piras:

Isso aí gente, todos nós saímos muito satisfeitos da pescaria, pretendo voltar logo ao Pesqueiro Córrego das Antas, pois o lugar reserva muitas emoções para o pescador, mesmo se tratando de um pesqueiro, o lago habita gigantes peixes, vale a pena conhecer!

Equipamentos que eu usei:

Pirarara:

Vara Rapala Long Cast 40lb 6’6 + Carretilha MS Fierro + Linha Dayama Max Force 0,52mm + Chumbo 60g, girador, chicote com anzol MS Maruseigo 26.

Vara Okuma Reflexions 30lb 8’0 + Carretilha Shimano Citica 201E + Linha Super Bass 0,37mm + chumbo 40g, girador, chicote com anzol MS chinú 9.

Levei também um equipamento pesado: Varas de 80lb com carretilhas grandes com linha 0,80mm, mas praticamente não usamos, as pirararas pegaram mais com arremessos mais longos.

Tambacus:

Vara Okuma Reflexions 30lb + Carretilha Shimano Scorpion XT 1501-7 + Linha Super Bass 0,37mm + Bóia Torpedo Barão 70g + Chicote com anzol Owner Wide Gap 3/0 + miçanga.

Vara Okuma Reflexions 30lb 8’0 + Carretilha Shimano Citica 201E + Linha Super Bass 0,37mm + chumbo 40g, girador, chicote com anzol MS chinú 9.

Iscas:

Para os tambas usamos a miçanga e mussarela, já as pirararas foram pegas com pintinho, cabeça de tilápia e mussarela.

Muito obrigado a todos! Até a próxima!

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