Fala pessoal! Essa viagem que contarei para vocês com certeza é uma daquelas que ficará para sempre em minha memória, pois tive o privilégio de levar meu pai para sua primeira pescaria na Amazônia.
A operação escolhida foi mais uma vez a Vilanova Amazon do meu amigo Victor, no Barco Hotel Angler I, onde pescaríamos nos rios afluentes do Madeira, na região sul do estado do Amazonas, atrás principalmente do tucunaré pinima.
Chegamos dia 20/10 em Manaus/AM e tivemos o sábado livre para passear na capital amazonense. Fomos comer Tambaqui e Pirarucu no excelente restaurante Choupana, com os amigos Victor e Carlos Dini. Após o almoço, o parceiro Jackson da Jacktur Viagens e Turismo, nos levou para um passeio de lancha no rio Negro, onde visitamos uma tribo indígena, o encontro das águas dos rios Negro e Solimões e o cativeiro de gigantes pirarucus. Passeio recomendadíssimo para quem tiver o dia livre na cidade. De noite aquela passada tradicional na loja Sucuri Pesca no Manauara Shopping, seguido de chopp e jantar na Cachaçaria do Dedé.
Voltamos para o Hotel para descansar pois no domingo bem cedinho nossa turma estaria no aeroporto embarcando em dois hidro aviões para nosso destino final.Com a turma de 14 pescadores: Lucas, Cristian, Sergio, Wagner, Eider, Abilio (meu pai), eu, Luciano, Gean, Adriano, Edson, Diego, André e Gilson. Amigos do Paraná e de São Paulo, que tive a satisfação de conhecer!
Após 1h e 20min de um vôo tranquilo, pousamos por volta das 9h da manhã ao lado do Barco Hotel Angler I, onde passaríamos a semana, em um local estratégico onde as opções de pesca seriam os rios Camaiú e alto Sucunduri.Mesmo sendo a última semana de operação na temporada, o nível das águas ainda estava em excelente nível. Baixo em alguns locais, mas ”na caixa” na maioria dos pontos como nas ressacas e lagos.
Primeiro dia:
Arrumamos as tralhas, almoçamos e já saímos para a primeira tarde de pescaria.
Antoniel (Tunico), para mim já passou de guia para amigo pessoal. Grande conhecedor da região além de muito empenhado e prestativo.Descemos até o local conhecido como ”Curralinho”.Primeiro tucunaré da pescaria:Pegamos outros menores, mas percebemos que nesse local o peixe estava bem manhoso e terminamos o dia nas ressacas do leito do rio, onde encontramos os peixes ativos e batendo com vontade na superfície.Para fechar essa primeira tarde e aquecer os braços, tiramos dois bonitos tucunarés.Após alguns tucunarés popocas, esse foi o primeiro peixe que fez meu pai sentir a violência do tucunaré amazônico:
Assim fechamos o dia. A pescaria só estava começando!Segundo dia:
Subimos para a região do lago da Castanha, local lindíssimo no alto rio Sucunduri.
Muita ação de tucunarés pequenos que não registramos e algumas aruanãs, essa saiu para a foto:Hora do almoço:A tarde o tempo fechou e pescamos nas praias com muita chuva. Muita pancada na superfície e peixes bons apareceram! Foram alguns tucunarés deste porte, e tome chuva!Meu pai com seu primeiro Aruanã:Fui presenteado com esse lindo tucunaré na superfície. Brigou demais!Terceiro dia:
Pescamos no ”Lago Novo”, onde demoramos 1h e 30min para acessá-lo. Com sua passagem baixa, a dificuldade de chegar foi imensa, méritos ao guia que se esforçou muito!
Paizão suando a camisa!
Enfim, chegamos! O duro é a volta, rs.
Para dar boas-vindas ao lago, um lindo tucunaré deu uma pancada na superfície:
O lago tinha muita estrutura e víamos os tucunarés caçando em locais onde iscas convencionais fatalmente enroscariam. Assim coloquei um shad no anzol off-set armado com a ponta para dentro, assim eu arremessava dentro das estruturas sem enroscar. Dessa maneira as ações aumentaram demais e foram muitos peixes pequenos e outros grandes perdidos, pois iam direto para as pauleiras.
Com insistência dei sorte de dois belos tucunarés baterem já fora da estrutura, assim consegui embarcá-los.
O segundo grande, já bem maior!
Encostamos para almoçar e descansar, tem coisa melhor?
Na parte da tarde tivemos pouco tempo de pesca no lago, pois tínhamos uma longa caminhada de volta. Terminamos o dia nos pedrais do leito do rio com alguns ”pacas” violentos!Encerrando mais um belo dia!Quarto dia:
No quarto dia descemos o rio por volta de 1h até a famosa ”Ressaca do Colombiano”, local que já pesquei nos anos anteriores e em todas as vezes peguei grandes peixes.
Peixes deste porte têm demais! Na superfície ou no shad dentro das estruturas.Arremessando a zara para o meio, uma pancada daquelas e o primeiro grande apareceu!Meu pai acertou o seu maior do dia:
Um peixe grande refugou a superfície e saiu nadando, como o lago é raso vi a onda dele e arremessei o shad na ”cara”. Caiu na água e ele abocanhou, briga intensa na varinha de 17lbs e o primeiro tucunaré gigante da pescaria!
Após esse peixe, ainda perdi um gigante que explodiu e acabou escapando e outro que abocanhou um tucunaré menor bem próximo ao barco, mas soltou.
Pausa para o almoço:O local é chamado de ”Ressaca ou Lago do Colombiano” justamente porque há um morador, o sr. Bráulio Alvarez, de 78 anos, que mora há quase 30 anos ali na beira do rio Sucunduri, com mulher e filhos. Contou sua história de vida, seu amor pela natureza e como foi sair da Colômbia e parar naquele ”fim de mundo”.Meu pai e ele, entre muitos assuntos, conversaram sobre a palavra de Deus e sua importância, registrei esse momento:
Na parte da tarde capturamos tucunarés pequenos, registrei somente esse Aruanã fisgado pelo meu pai:Dia encerrado com belos peixes e histórias!Quinto dia:
Na parte da manhã voltamos para a região do Curralinho para pescar em outros lagos do local. No fundo de uma ressaca, tive uma porrada de um gigante na superfície, o peixe errou o bote aí arremessei jig, shad e meia-água, mas ele não voltou!
Pela manhã muitos tucunarés pequenos e um belo aruanã:
Capturei esse tucunaré, de bom tamanho e linda coloração:
No período da tarde, pescamos no igarapé e na ”ressaca do Maria Lima”, local com muita estrutura de molongó e água corrente, prometia!
Uma pancada daquelas na zara e acerto meu troféu do dia:
Entramos no Igarapé e encontramos um cardume em um poço, só porrada na superfície. Na água corrente o peixe brigava o dobro!
Meu pai insistiu na meia água, e após capturar alguns peixes pequenos, engatou um grandão! O peixe brigou demais tomando muita linha, chegou a arrancar uma argola e garatéia da isca, mas foi embarcado! Com certeza não esqueceremos tão cedo da briga deste tucunaré, foi totalmente fora do normal. Encerramos o dia em uma praia com vários tucunarés pequenos.Sexto dia:
Como o rio estabilizou e tinha voltado a baixar nos últimos dias, resolvemos subir o Camaiú e pescar no seu leito, pedrais e ressacas.Começamos na ”Ressaca do Camarão”, local que saiu gigantes tucunarés durante a temporada.
Enquanto nessa manhã eu só capturei tucunarés pequenos, meu pai arrebentou. O primeiro:
Saímos da ressaca e batemos um pedral no leito do rio. O segundo peixão do meu pai naquela manhã, tucunaré na coloração ”paca”:
E o terceiro foi o maior e que mais deu trabalho, fez o guia segurar o barco na correnteza, eu desci e fui pulando as pedras para desenroscar a linha, por sorte não arrebentou! Pacão:
Nesse dia tivemos um almoço especial, o churrasco foi às margens do Salto do Camaiúzinho, local de beleza ímpar:
Na parte da tarde voltamos para a Ressaca do Camarão. Logo nos primeiros arremessos, um gigante explodiu quatro vezes na isca e errou todas, deu para ver o peixe inteiro, como disse o guia Antoniel: ”Amarelou a água, é peixe gigante, doutor”.
Com os braços tremendo e adrenalina à mil, joguei o jig e depois a meia água, e nada do peixão voltar. Já convicto que tinha perdido a chance, voltei para a zara e arremessei no mesmo local que ele bateu, e não é que ele estava querendo mesmo é a superfície? Estourou novamente e saiu tomando linha, eu já sabia que era o meu maior peixe até o momento!
Embarcamos o troféu, que mereceu uma sessão de fotos:
Que alegria poder capturar um gigante tucunaré ao lado de meu pai:Vídeo da soltura:
Como estávamos relativamente longe, retornamos para pescar o fim do dia mais próximo do Barco Hotel. Ficou aquela vontade de pescar mais tempo nesse local, no rio Camaiú mas não havia tempo.
Então voltamos para o local do cardume do dia anterior, ainda saiu alguns peixes pequenos e esse bonito tucunaré paca:Para fechar o dia, mais uma obra prima da natureza:Sétimo dia:
Descemos até o lago do Aracu:Pela manhã tivemos muita ação, porém de peixes pequenos, como este:Para não perder tempo, retornamos e sugeri ao Antoniel para voltarmos Ressaca do Camarão no rio Camaiú, pois aquele local me deixou com uma impressão muito boa devido ao gigante do dia anterior e também com uma vontade de pescar mais tempo ali.
Meu pai resolveu ficar descansando no Barco Hotel, deixamos ele e aceleramos sentido rio Camaiú.
E meu bom pressentimento se concretizou, no segundo arremesso um gigante tucunaré explodiu três vezes até entrar na isca de superfície. Troféu embarcado!
Vídeo da soltura:
Após a soltura pensei: Vou arrebentar! Porém não foi fácil, bati a ressaca toda e peguei poucos peixes menores. O Antoniel já tinha falado que o local é mais qualidade do que quantidade.
Mudamos de ponto para o outro lado do leito do rio, onde tinha o ”lago do Camarão”, bem próximo a ressaca. Local propício, com muito ”molongozal”:
Logo na entrada do lago, porrada e peixe bom na linha:
Entramos batendo no lago até o seu fundo onde perdi dois aruanãs grandes que acabaram escapando, e viemos retornando ao ponto onde saiu o peixe acima.
No mesmo local, já exausto e bem próximo da hora de ir embora, capturei mais um gigante na superfície, para encerrar a pescaria com chave de ouro!
Como nos anos anteriores, capturei grandes peixes no último dia, o dia da sorte!
Vídeo da soltura:
Assim encerrei mais uma pescaria incrível, desta vez ao lado de meu pai!
Devido à instabilidade do rio no final da temporada, sendo a última semana de operação, a quantidade de peixes não foi igual das vezes anteriores, mas capturamos cerca de quarenta peixes nos melhores dias e aproximadamente quinze, nos piores. O bacana foi a questão qualidade, com tucunarés de grande porte!
Gostaria de agradecer toda tripulação e equipe da operação Vilanova Amazon, desde o Victor Vilanova que nos recebeu no aeroporto, ao gerente do barco Luiz Alfredo que nos atendeu com excelência, ao guia Antoniel que não mediu esforços para que capturássemos grandes peixes, ao comandante Joaquim, ao garçom Leandro e as cozinheiras e camareiras. Equipe suou a camisa para que nossa semana fosse perfeita.
Fica aqui também meu agradecimento aos amigos que fizemos nessa viagem. Turma nota 10. Espero reencontrá-los!
Equipamentos:
– Varas Redai Black Mamba Second Generation 5’8 ou 6’0 17, 20 e 25lb e Viking 5’8 20lbs. Sendo a de 17lbs para shads pequenos e twitch baits, 20lbs uma para jig e a outra para superfície (zaras e sticks) e 25lbs para o shad grande e hélice.
– Carretilhas de perfil baixo com linha Seaguar Smackdown 50lbs 0,37mm e leader de fluorcarbono 0,57mm.
– Iscas: Pesquei a grande maioria do tempo de superfície e meu pai com meia água. Usei Zig Zara 110, Rover 128 e Sará Sará 120 (trabalho rápido e provocante) e meu pai usou a isca Destroyer. Também utilizei os shads Pure Strike em alguns momentos da pescaria, de 13 e 17cm montados com anzóis off-set 5/0 e 8/0. Os jigs que sempre uso não funcionaram bem dessa vez, as twicht baits também não.Muito obrigado a todos e até a próxima História de Pescador!