Tambacus com miçanga e bóia cevadeira (agosto/2013)

Fala pessoal! Há alguns dias voltei ao pesqueiro Toca do Jacaré, em Londrina. Chegando lá armei os equipamentos com bóias torpedo e como iscas eu estava tentando com tilapinha e sebo de boi e na bóia cevadeira testei com ração de cachorro. Passou um tempo e nenhuma ação, até que o Ademir, grande pescador de longa data do Toca do Jacaré, aficcionado por pesqueiros e pelos ”tambas”, estava brigando com um gigantesco tambacu, que estava sendo pego na miçanga com bóia cevadeira. Tiramos o peixe da água, era um gigantesco Tambacu, com aproximadamente 25kg:

Eu também quis sair pra foto:

Enquanto isso, minhas varas que estavam armadas com diversas iscas, nem mexiam, e assim o Ademir e o Guilherme, também grande pescador e conhecedor da pesca de tambacus com miçanga e bóia cevadeira, tinham várias ações, com alguns peixes fisgados, alguns maiores, entre 10 e 15kg e outros menores, o Guilherme pegou um belo tamba, com aproximadamente 15kg:

Foi aí que, aprendendo os detalhes e segredos com eles, montei a minha cevadeira, em poucos minutos, tive uma ação de peixe grande, foi um bom tempo de briga intensa, logo em seguida o Ademir também tem uma puxada, dois peixes fisgados.

Após muitas tomadas de linha, o peixe se entrega, enorme Tambacu de 18kg pego na miçanga com bóia cevadeira:

Por muito tempo eu utilizei erradamente o alicate boga grip para manusear e pesar os grandes tambacus, mas depois aprendi que é muito melhor tirá-los da água com um grande passaguá e depois pesá-los com o alicate enganchado no passágua com o peixe dentro, depois apenas descontando o peso do passaguá, preserva a integridade do peixe, fica a dica.

Logo após eu tirar esse monstro, o Ademir tira o peixe dele da água, e olha que o dele era maior, mais um tamba com peso aproximado em 25kg. Dublê de gente grande!

Após essas capturas, ainda sairam alguns peixes menores, destaque para essa inusitada carpa húngara:

Aprendi mais ainda sobre uma técnica que não conhecia tão fundo, que era a pesca dos grandes tambacus com miçanga e bóia cevadeira, e vi na prática, a sua grande produtividade quando é bem montada.

Agradeço aos parceiros Ademir e Guilherme, aprendi! e ao meu amigo Gustavo Cordeiro companhia e pelas belas fotos tiradas.

O equipamento adequado para a pesca com bóias cevadeiras e miçanga é:

– Varas de 30 a 40lb (libragem alta para arremessar as pesadíssimas bóias cevadeiras) com tamanho variando entre 2,40m e 2,70m. A vara usada pelo Ademir e pelo Guilherme é a reflexions da Okuma.

– Carretilhas de perfil baixo com no mínimo 100m de linha monofilamento 0,37mm a 0,40mm, usamos as carretilhas Curado 201E, Curado 301E, Citica 201E e Caenan 101.

– Bóia cevadeira grande, encher com ração antes de arremessar. De preferência para as da marca Bóias Barão.

– Chicote comprido de 2,5m ou 3m de linha monofilamento transparente 0,47mm.

– Uma bóinha pequena comum, modelo lambari, que servirá como guia, ela afundará antes da cevadeira, alertando a açao de peixe na miçanga. Se apenas a bóinha líder afundar, já pode preparar e fisgar.

– Dois E.V.A’s presos na linha, próximos ao anzol, usa-se palito de dente fixado no e.v.a (depois cortar o excedente de palito) para evitar deles correrem muito na linha, e um E.V.A fixado no olho do anzol. Uma Dica é cortar as pontas do E.V.A até ele ficar no formato de uma ração.

– O anzol, usamos o wide Gap, da marca Owner, tamanho número 2, sem empate de aço. Perde-se alguns peixes que cortam a linha mas as ações aumentam muito.

– E no anzol, uma miçanga, usamos a de cor café-com-leite, mas são vários os tamanhos e modelos, sendo mais produtivos uma ou outra dependendo do horário, do dia e do comportamento dos peixes.

Outra dica é, quando arremessar, assim que a bóia for bater na água, travar o carretel no dedão, para que o chicote caia esticado na frente da bóia, evitando embolar o chicote na bóia e deixando a miçanga mais longe da bóia, e assim, que a ceva acabar, recolher, encher o cevador da bóia, e arremessar novamente, de preferência no mesmo ponto do arremesso anterior.

 

Muitas vezes, pescando, vemos os outros pescadores pegando mais peixes que nós, ficamos curiosos mas por orgulho não vamos lá, e perguntamos o equipamento, a isca e outras dicas. Por minha curiosidade, parando para fazer umas perguntas e ouvir os outros pescadores, desta vez tive uma aula com dois professores da pesca com miçanga e aprendi muito, e na prática me rendeu um grande tambacu. Isso pra mim foi uma lição pra mim, que pesco desde meus 12 anos no Toca do Jacaré, mas percebi que sempre aprendemos algo novo no mundo da pesca esportiva.

Muito obrigado e até a próxima História de Pescador!

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